
Rui Maia
Com o corpo preso pela voz, intermitente, nas labaredas, administrado por sequelas, passeio. Passeio pela electricidade, suspenso pelo ruído do bulício. A valsa desdobra-se. A prisão, feita de gatafunhos, estorva. O caminho labial, e a montanha de gramáticas, insisto, é toldado de tampores e irreconhecíveis vontades. Pondero nas soluções que me ocorrem. Uma coisa sei: transmite-me uma multiplicidade sináptica, torna-se difícil optar. Mas como a vida é prática, envolto num desejo de não terminar, numa vontade visceral de soprar-me, pelo bulício de mim mesmo, entorno o copo de água e agito o sol pelo eco dos gatos. Derramo-me em tudo quanto narro.
Aparecer na fantasia explica substancialmente o fogo extinto?
Carlos Vinagre